quarta-feira, 3 de abril de 2019

# 6 - Séries: Sharp Objects

Bom dia gente!
Hoje vamos voltar a falar de série e, uma vez mais, concentramo-nos na concorrência da Netflix, a HBO Portugal, que tem feito as delícias lá de casa. É claro que é a novidade, por isso temos muito que pôr em dia... Hoje venho falar-vos da série Sharp Objects, uma adaptação da obra literária homónima de Gillian Flynn, autora de Gone Girl, do mesmo realizador de Big Little Lies, de que vos falei aqui, e do produtor do filme Get Out.

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Eu nem sei por onde começar a falar disto... Esta série é tão intensa e perturbadora... Mas vamos lá tentar. A história foca-se no regresso de Camille Preaker (Amy Adams), jornalista, à cidade onde cresceu para cobrir os assassinatos de duas adolescentes e narrar todos os mistérios em torno da cidade de Wind Gap. Contudo, o regresso da protagonista é tudo menos tranquilo e desejado por esta, que evita relembrar o passado e, até, a relação com a sua família.

O pior da série é o ritmo lento em que se desenrola (não é uma boa opção para o final de um dia de trabalho, porque podem adormecer). Mas o suspense e o pouco que sabemos a cada episódio faz-nos ficar prendidos ao mistério e querer saber (e ver) cada vez mais. 

Com o desenrolar da série percebemos que os assassinatos que ela vai investigar são apenas uma parte da história. O seu passado, a sua revolta, a sua família, o porquê de ter saído de Wind Gap, o que o seu regresso à cidade desencadeou nela e nos outros, são pontos tão ou mais relevantes do enredo. E ficamos igualmente (se não mais) curiosos para saber quem anda a matar adolescente no Missouri, como o que aconteceu a Camille Preaker e a transformou na pessoa que ela hoje é: alcoólica, destrutiva, amargurada, transtornada, antissocial.

A série desenrola-se numa constante tenção, curiosidade, suspense, com constantes momentos de flashback que nos ajudam a preencher os espaços em branco ao longo do argumento. É uma história intensa e sombria, sem medo de mostrar pormenores visualmente agressivos e destrutivos. 

É mais uma séria protagonizada, quase em exclusivo, por mulheres, com personalidades fortes e que definem o rumo da história. O desempenho da Amy Adams é irrepreensível e os demais atores envolvidos não lhe ficam atrás. As emoções que despertam em nós só podem significar um bom trabalho da parte daqueles. 

Segundo Gillian Flynn, a criadora da obra literária que deu origem à série, "Há muitas histórias sobre homens e violência, homens e raiva e como eles lidam com isso, não sobre como as mulheres lidam com a sua raiva e a sua violência. Naquela altura, havia muitas histórias sobre mulheres que fazem compras e a grande crise era se conseguiam encontrar os sapatos e o homem certo. Queria olhar para alguma coisa diferente."

É difícil falar acerca desta série pela complexidade que apresenta, mas também porque não quero lançar spoilers... Por isso, acho que vou ficar por aqui. Mas não sem antes dizer que vale muito a pena ver, que é um trabalho magnífico, quer dos atores, quer da produção em geral, sem esquecer a banda sonora, que é genial, como praticamente em todas as séries a HBO.



Confesso que já estou ansiosa pela segunda temporada, para atar todas as pontas soltas da primeira...
Vejam, não se vão arrepender!
Até amanhã***

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