6.ª Avenida: setembro 2017

Olá malta!

Quinta-feira é sinónimo de Diário de Bordo e, desta vez, vamos até ao Cambodja, aos famosos templos! Estão prontos para embarcar nesta aventura comigo? Então vamos lá!

Uma das maiores expectativas nesta viagem, acho que para todos nós, eram os templos de Siem Reap. Muitas fotografias já foram tiradas, vários filmes realizados e, por isso mesmo, Angkor está no nosso imaginário como um local mágico e misterioso. Pelo menos no meu estava! Era um lugar que queria muito visitar, que não se parecia nada com o que já tinha visto ou com qualquer outra coisa que existe no Mundo.

Mas vamos começar pelo princípio. Ainda estávamos em Portugal quando uns amigos, que já lá tinham ido, nos aconselharam a contratar um guia. Alguém que nos levasse de templo em templo e, se possível, nos explicasse um pouco da história do Cambodja e de cada um dos monumentos.

Há várias opções, basta procurar no TripAdvisor que vos aparecem inúmeras hipóteses, com diferentes itinerários, para um, dois, três dias ou mais, consoante o tempo que por lá fiquem. Há a possibilidade de contratar só o transporte (carro, carrinha, tuctuc) ou de, a isso, acrescer um guia. Depois de ler algumas recomendações online decidimo-nos pela Asean Angkor Guide e foi o melhor que fizemos.

Chegamos ao Cambodja praticamente à hora de jantar. À chegada, no aeroporto, tínhamos um shuttle para nos levar ao hotel. Ficamos no Borei Angkor Resort & Spa. No caminho receamos que o hotel não fosse tudo o que prometia, tendo em conta que o Cambodja parecia tão ou mais pobre que o norte do Vietnam... Mas o hotel era fantástico e não ficamos nada desiludidos.

Como sempre, estava um calor inacreditável e, mal chegamos, fomos convidados a fazer o check-in no sofá, enquanto bebíamos uma bebida de oferta e nos refrescávamos com uma toalha húmida. Começou aí a saga das toalhas e só tenho pena de não ter tido direito a mais, porque era genial! Ficamos logo muito agradados com a receção. O pequeno almoço era fantástico, o melhor que tivemos na viagem inteira. O quarto era muito espaçoso, fresquinho, com uma casa de banho muito boa e uma varanda. Quando nos aproximamos dela, infelizmente, na porta tinha um aviso: cuidado com os insetos tropicais, por favor mantenha a porta fechada. E, realmente, havia muita bicharada no lado de fora...

Saímos para jantar, apanhamos um tuctuc que nos levou à rua mais movimentada de Siem Reap, a Pub Street. Ladeada por restaurantes, bares, casas de massagens, lojas, esta era a rua dos turistas, sem dúvida. Jantamos, demos uma volta, avaliamos as melhores massagens e prometemos voltar para a primeira experiência. Ao lado tinha o Night Market mas tínhamos que ir dormir cedo, porque no dia seguinte, às 8h, estava lá o guia para nos levar aos templos.

No dia seguinte, estacionado à porta do hotel estava um jipe, com super bom aspeto, ar condicionado a bombar e um guia com o ar mais simpático do Mundo. Chamava-se Raman e prometia-nos dois dias inesquecíveis. Rapidamente percebemos a utilidade da nossa escolha. O fornecimento de garrafas de água era praticamente inesgotável, tal como as toalhinhas refrescantes. Fizemos percursos alternativos à maioria dos turistas: enquanto se aglomeravam no templo mais perto do posto de compra dos bilhetes, nós fomos para o mais afastado. Conseguimos ver templos praticamente sozinhos, o que tendo em conta as centenas de pessoas que por lá andavam foi um feito incrível. Depois, o Raman era o REI das fotografias. Ele sabia todos os locais, todas as poses, todos os ângulos, todas as técnicas, para tirar a foto perfeita. E vocês vão ver o resultado disso.

Contratamos o "2Days - Tour of Angkor Temples", foram 190 dólares (€ 160,00) para os quatro (€ 40,00 por pessoa) e valeram todos os cêntimos. Para além disso, tivemos que comprar o bilhete para poder entrar nos templos, sendo que só há 3 opções : um, três ou sete dias. Compramos o de três dias e ficou a 62 dólares, cada um (cerca de € 50,00). Os passes são pessoais e intransmissíveis (têm que tirar uma foto lá, tipo cartão de cidadão e com o sono, o calor e a humidade garanto-vos que vão ficar lindos!). Têm que tapar os joelhos e os ombros, rapazes e raparigas, e não há lá lenços que possam usar.

Visitámos Angkor Tom, Bayon Baphoun, Elephant Terrace, King Palace area, Phimean Akas, Terrace of Leper King e parámos para almoçar. O calor era inacreditável, já tínhamos bebido uma porrada de garrafas de água e estava na hora de descansar. Recomeçamos depois de almoço, com o famoso Angkor Wat e tentámos ir ver o pôr do sol à montanha, ao templo Phnom Bakheng, mas estava enevoado e não ficámos lá muito tempo. Graças aos conhecimentos do Raman evitámos filas e muitas horas perdidas. Voltamos para o hotel e fomos morrer para a piscina. Estávamos de rastos! Voltamos à Pub Street para jantar e, dessa vez, aproveitamos e fizemos uma massagem aos pés e pernas, por 4 dólares, inteirinhos. Uma maravilha!

No dia seguinte acordamos às 4h da manhã, porque o Raman estava no hotel às 5h para nos ir buscar. Ainda era noite cerrada quando saímos. O objetivo era ver o nascer do dia em Angkor Wat. E foi inacreditável! A luz era maravilhosa e os contornos do templo em contraste com o céu criavam uma visão mágica. Daí seguimos para Ta Prohm, o templo que aparece no filme Tomb Raider e, posteriormente, para Preah Khan, Neak Pan, Tasom, East Mebon e Pre Rup. Quando paramos para almoçar já estávamos novamente a morrer de cansaço, mas queríamos ver tudo a que tínhamos direito. Terminamos a visita com o templo de pedra vermelha, chamado Banteay Srei e, daí, seguimos para outro local, para o lago Tonle Sap onde apanhamos um barco e fomos visitar as Vilas Flutuantes e a Crocodile Farm.

No final da viagem o Raman deu, a cada um de nós, uma pulseira com o nosso nome e a expressão "Good Luck" (boa sorte), feitas pela esposa do dono da empresa, o Sr. Raksa Asean, que nos ligou a perguntar se tinha corrido tudo bem. Foi simplesmente fantástico. Para além das histórias de cada um dos templos, aprendemos muito sobre o Cambodja, sobre política, filosofia, religião, arquitetura, sobre a vida daquele povo e as dificuldades que atravessam. Foi uma verdadeira lição de História e de Vida. Adorei as praias da Tailândia, mas o Cambodja ficará para sempre no meu coração como a melhor parte desta viagem.

Deixo-vos com uma pequena amostra das milhentas fotografias que tiramos. Foi muito difícil selecionar algumas para vos mostrar, são todas espetaculares. Espero que gostem!