quarta-feira, 24 de abril de 2019

# 33 - Diário de Bordo: Moscovo

Bom dia malta!
Hoje venho contar-vos tudoooo sobre a minha viagem à Rússia. Ou melhor, começamos por Moscovo e, noutro post, falar-vos-ei de São Petersburgo. Estão prontos para embarcar nesta aventura pelas terra do Putin?! Então, vamos lá a mais um episódio do Diário de Bordo!

Começando meeesmo pelo início, quando pensamos ir à Rússia não sabíamos a trabalheira que ia ser. Compramos os bilhetes antecipadamente, a um preço porreiro. Fomos pela TAP (Porto - Lisboa - Moscovo) e voltamos pela Vueling (São Petersburgo - Barcelona - Porto). O voo interno (Moscovo - São Petersburgo) foi comprado já bem mais em cima da viagem, por um valor bastante baixo, na companhia S7 (que se revelou uma surpresa muito agradável).

O passo mais complicado foi, sem dúvida, o visto. Tirar o visto para a Rússia não é fácil, no sentido em que é muito burocrático e caro. É necessário arranjar uma espécie de carta-convite (confirmação de que vai ser acolhido como turista por um operador turístico russo), um seguro que cubra pelo menos € 30.000,00 de despesas de saúde, preencher um formulário online, enviar fotografias, passaporte com mais de 6 meses contados desde a data de saída do país. Mas, para vos ajudar neste processo, vou fazer um post só dedicado a este assunto. You're welcome 😉

Saímos de Lisboa às 23h e chegamos a Moscovo às 6h30 da manhã, hora local. Estava tudo branco e cheio de neve. Não estávamos preparados para tanto frio. Já sabíamos da existência de um comboio que nos levaria ao centro da cidade, o Aeroexpress Train. Como éramos 4, tiramos um bilhete de grupo que custou ₽ 950, ou seja, cerca de € 13,00 (só ida). O comboio era ótimo, super moderno, quentinho e com wi-fi. Chegamos a Moscovo muito rapidamente e lá o tempo estava bem melhor. 

O primeiro choque com a realidade russa ocorreu aí. À saída da estação de comboios e entrada para o metro toda a gente tinha que passar no detetor de metais e raio-x. Parecia quase o controlo no aeroporto... Mas foi tranquilo e rapidamente encontramos as caixas para comprar bilhetes para o metro. Preferimos comprar o bilhete para 3 dias, assim não nos preocupamos mais com carregar viagens e pudemos circular à vontade. 

Ficamos hospedados numa rua perto do teatro Bolshoi que, by the way, é só espetacular. Demoramos um bocadinho a encontrar a direção correta, pedimos ajudar a um porteiro de outro hotel, mas lá conseguimos chegar. Depois do check-in seguimos diretos para uma free walking tour que já tínhamos reservado com antecedência. As meninas eram muito simpáticas e falavam um inglês bastante bom. Percorremos os principais locais começando em Kitay Gorod (que seria, supostamente, a China Town, mas que não tem nada de chinês...), passamos pelo Parque Zeryadye, identificamos algumas das 7 Irmãs de Estaline (7 prédios idênticos construídos para celebrar o poderio soviético face ao capitalismo e a vitória na 2.ª Guerra Mundial), chegamos à Praça Vermelha, fomos ao GUM (centro comercial) para uma pausa, passamos no Kremlin e terminamos a ver o render da guarda. Valeu bem a pena para ficar com uma ideia geral.

A praça vermelha tem, a sul, a Saint Basil's Church e a norte o State History Museum, dois monumentos bastante conhecidos e icónicos. Num dos lados da praça está o Kremlin e o Mausoléu de Lenine e, em frente, do outro lado, fica um shopping de marcas de luxo. Um pouco contraditório, não...? A igreja é um dos ícones de Moscovo e mesmo da Rússia e é estupidamente bonita. Acho que nunca tirei tantas fotografias a um monumento como a este. A praça não é vermelha (não sei estavam à espera que fosse) e é muito maior do que estava à espera. 

Quanto ao Kremlin, podem comprar bilhetes para o Armoury, um museu onde podem encontrar os tesouros da Rússia, desde jóias, roupas, armas, até aos famosos Ovos Fabergé. Se quiserem explorar o resto do Kremlin, as catedrais e torres, têm que comprar outro bilhetes. Nós só tínhamos comprado para o Armoury, mas depois ficamos com vontade de ver o resto e voltamos lá no dia seguinte.

O Mausoléu do Lenine é gratuito mas só está aberto das 10h às 13h. Há sempre uma fila para entrar mas anda depressa. Não perdemos muito tempo lá. É super estranho ver uma pessoa morta há mais de 90 anos, completamente embalsamado. Mas o respeito que impera à volta daquele edifício é incrível. É proibido tirar fotos no interior, mas encontram na net, facilmente, se quiserem mesmo ver. Terminamos o primeiro dia de t-shirt (o tempo estava ótimo!) na esplanada do Bosco Bar, o único com vista para a Praça Vermelha. É caro, mas vale a pena pela vista.

No segundo dia começamos pelo Novodevichy Convent, que fica afastado do centro, mas que se alcança facilmente de metro. Estava em obras, infelizmente, mas deixaram-nos entrar na mesma, pagando bem menos do que era suposto. Entramos na primeira igreja ortodoxa e assistimos a uma celebração (que não percebemos bem de que se tratava). As mulheres têm que tapar a cabeça à entrada com um lenço ou chapéu. Não há bancos, por isso as pessoas ficam de pé e vão circulando, o que para nós é bastante estranho...

Depois fomos passear para Arbat, uma zona de lojas e restaurantes e café, cheia de movimento. Daí seguimos para a Cathedral of Christ the Saviour, outra imponente catedral, com interiores lindíssimos. Se atravessarem a ponte, têm um centro cultural chamado Red October, que antes foi uma fábrica de chocolate, onde podem encontrar cafezinhos, bares, galerias e lojas. 

À noite fomos ao Bolshoi. Compramos os bilhetes com alguma antecedência para conseguir ver o bailado Romeu e Julieta. Como nos atrasamos já não conseguimos ir ao hotel antes e posso-vos dizer que nunca me senti tão mal vestida como naquele momento. Ir ao Bolshoi é toda uma cena e a malta veste-se estupidamente bem. Assim mesmo como se fossem para um casamento. Portanto, obviamente, éramos as pessoas mais mal vestidas daquele teatro, seguidas de perto por mais um ou outro grupo de turistas. Mas valeu bem a pena. O teatro é lindíssimo, o ballet foi fantástico e toda a experiência é arrebatadora. 

No terceiro e último dia, depois de voltarmos ao Kremlin para ver o que ainda não tínhamos visto, seguimos para Lubyanka, onde fica o antigo edifício da sede do KGB, fomos a um parque chamado Christy Prudy e ao Izmaylovsky Market, uma espécie de feira onde se vendem todas as recordações e mais algumas, incluindo as famosas matrioskas. Apesar de estar aberto o dia todo, recomendo uma visita de manhã. A zona não é a melhor, por isso, tenham atenção. No final do dia fomos a Winzavod, uma antiga fábrica de engarrafamento de vinho que, agora, funciona como centro cultural, com lojas, cafés e galerias. Passamos lá um bom bocado e foi super giro. 

Antes de jantar ainda fizemos uma visita por algumas das mais bonitas estações de metro de Moscovo e valem bem a pena. Por lá passam cerca de 6 milhões de pessoas por dia e a confusão é bastante grande. Os russos não são propriamente simpáticos, no sentido em que não sorriem e nos empurram para passar. Mas tivemos sempre ajuda quando pedíamos. Também não falam quase nada de inglês. Mesmo em cafés e restaurantes era sempre o caos. Mas a apontar e tal, lá nos desenrascamos. 

Vê-se imensa polícia na rua, para qualquer lado que olhas está alguém fardado. Nem consegues perceber bem se é o exército, a polícia, a marinha ou outra força qualquer. Sempre nos sentimos bem e seguros, nunca foram desagradáveis connosco. Muitas vezes não nos compreenderam. Uns tentaram mais do que outros. Mas, no geral, só posso dizer bem. O nível de vida é bastante acessível. Para compararem, 2 menus no McDonald's custaram cerca de € 6,00. Aqui chegariam facilmente aos € 12,00/€ 14,00. As entradas nos monumentos é que são mais caras, mas, de resto, tudo bastante barato.

A grandiosidade da cidade é incrível e percebe-se que o dinheiro público é bem investido. As ruas estão impecavelmente limpas, o metro é rápido, eficiente e organizado. Tudo brilha, tudo é enorme, tudo é incrível. Fiquei muito bem impressionada com Moscovo e adorei cada minuto.


Znamensky Cathedral

Saint Basil's Cathedral e Torre Spasskaia do Kremlin

Vista do Parque Zeryadye sobre o rio Moscovo e uma das 7 irmâs de Estaline à esquerda

Praça vermelha e State History Museum

Saint Basil's Cathedral

Torre Spasskaia do Kremlin

Render da Guarda

Catedral da Assunção - Kremlin

Ovos Fabergé no Armoury - Kremlin

Vista para o Kremlin

Centro Comercial GUM

Gelado de cereja (muito típico) no Centro Comercial GUM

Nikolskaya Street

Na esplanada do Bosco Bar, na Praça Vermelha

Novodevichy Convent

Novodevichy Convent

Vista do Novodevichy Convent para o Centro Empresarial

Moorish Castle em Arbat

Uma igreja no meio dos prédios, em Arbat

Cathedral of Christ the Saviour

Teatro Bolshoi

Teatro Bolshoi

Teatro Bolshoi

Teatro Bolshoi

KGB Building

Estações de metro

Estações de metro

Estações de metro

Estações de metro

Estações de metro

Estações de metro

Espero que tenham gostado de conhecer um pouco de Moscovo tanto quanto eu!
Bom feriado***

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