quinta-feira, 21 de setembro de 2017

# 12 - Diário de Bordo: Vietnam (Ha Long Bay)

Goooood moooorning Vietnam!
Acho que esta é a maneira ideal de começarmos o episódio de hoje do Diário de Bordo dedicado a mais uns dias no Vietnam, mais concretamente em Ha Long Bay.
Ha Long é uma cidade do Norte do Vietnam que fica a cerca de 170/180km de Hanói, onde ficámos na primeira noite. Mas as estradas são tão boas que são necessárias 4h para lá chegar... Mas já lá vamos...

Começando mesmo pelo início, ainda estávamos em Portugal, a organizar a viagem e a reservar os hotéis e os voos, quando percebemos que o cruzeiro em Ha Long Bay ia ser o grande desafio. Toda a gente que ia ao Norte do Vietnam dizia ser imperdível e, por isso, fez sempre parte dos nosso planos. Só que, por um lado, há um sem número de companhias a fazer esses cruzeiros e, por outro, havia vários relatos de esquemas, sites falsos e empresas fantasmas. Nos blogues e páginas de viagens diziam para comprar somente lá, quando chegássemos ao Vietnam, porque era mais fiável e mais barato. Só que nós íamos com os dias todos contados e não tínhamos essa possibilidade: chegamos ao Vietnam às 22h00, ficamos a dormir em Hanói e queríamos fazer o cruzeiro no dia seguinte. Ora, eles começavam às 7h00 da manhã (porque havia a tal viagem de 4h até Ha Long). Logo, entre as 22h e as 7h, sabíamos que não ia ser possível reservar o cruzeiro ou, pelo menos, era demasiado arriscado.

Portanto, era imprescindível que ficasse tudo tratado antes da viagem. Muito bem, depois de várias horas (sim, horas) perdidas a ver os barcos, as rotas, as comodidades, o que estava incluído, lá escolhemos um que nos pareceu muito bom. Os relatos de inundações, má comida, ratos e afins, fez-nos escolher uma gama alta, porque não queríamos estar preocupados com isso. Escolhemos o Alisa Cruise. Pareceu-nos fantástico. O pior? Encontramos dois sites diferentes através dos quais, supostamente, se faziam as reservas. Ok, já percebemos que um deles, pelo menos, é falso e vamos ficar sem dinheiro e sem cruzeiro. Felizmente conseguimos reservar através do Booking e já ficámos mais descansados (mas sempre com o coração nas mãos...).

Depois da reserva recebemos um email a pedir para fazermos o pagamento. Dissemos que queríamos pagar através do Booking, para não haver possibilidade de sermos enganados. A partir daí, silêncio. Nunca mais nos disseram nada, nunca mais confirmaram a reserva. Mandei vários emails e nada. Pensamos: e agora? A reserva dava para cancelar de forma gratuita até uns dias antes e pensámos seriamente nessa hipótese, pois receávamos ficar apeados. Mas aguentamos mesmo até à última... e ainda bem!

Uns dias antes de terminar o prazo do cancelamento gratuito recebo um email do site através do qual pedimos a approval letter ("carta de recomendação" necessária para que o visto seja emitido à chegada ao Vietnam). A senhora, muito prestável, colocava-se à disposição para qualquer assunto relacionado com a nossa estadia no país. Aproveitamos a oportunidade e pedimos-lhe ajuda para perceber o que se passava com o cruzeiro. Após alguns emails e mensagens trocadas pelo whatsapp, recebi um email do Alisa Cruise a confirmar a reserva, a dizer que iam retirar o dinheiro através do Booking e estavam ansiosos por nos receber. Só não tinham dito nada antes porque estavam a tratar das reservas mais recentes, eram muitas e estavam com muito trabalho. Lógico...

Respiramos de alívio. Nem queríamos acreditar que afinal estava tudo bem. Agora só era preciso que às 7h da manhã eles estivessem no nosso hotel em Hanói para nos levar para Ha Long. E a verdade é que lá estavam eles, num minibus todo moderno, fresquinho que só ele (sim, porque às 7h já estava um calor insuportável), com garrafinhas de água e tudo. A viagem decorreu sem grandes problemas, paramos a meio do caminho numa espécie de mercado de estrada, para ir à casa de banho (todo um desafio, como podem imaginar) e para nos levar a comprar qualquer coisinha. Tinha todo o tipo de artesanato, supermercado, roupa, comida... Compramos umas bolachas para o caminho e lá voltamos à estrada.

A paisagem repetia-se à nossa passagem: as estradas nem sempre eram alcatroadas, pelo que muito do percurso era feito em caminhos de terra, cheios de buracos e sem qualquer tipo de marcações/linhas (quando tinham, eles também não as respeitavam...). Ultrapassagens que me faziam temer pela vida, circular em sentido contrário, motas atravessadas, o trânsito era realmente do mais caótico que já vi. Ruas sujas, casas velhas, pobreza, muita pobreza. Finalmente chegamos ao porto e lá estava o nosso barquinho, bonito! Ficámos mesmo contentes por não ser um barco a remos. Entramos e o quarto era exatamente como nas fotografias. Que maravilha!

Marcamos um cruzeiros de 2 dias/1 noite, por isso íamos dormir a bordo. A cama era enorme, apesar do colchão ser um bocadinho duro. O guia, que se chamava Robert (depois no fim lá admitiu que aquele não era mesmo o nome dele, loool!), era muito muito simpático, com um inglês de chorar a rir, sobretudo por causa do sotaque, mas era dos poucos, no barco todo, que falava qualquer coisinha. Os restantes empregados, coitados, não diziam duas palavras. Era hilariante. Mas lá nos safamos, com gestos e a apontar para as coisas.

O itinerário era exatamente o que pretendíamos. Chegamos ao barco na hora de almoço, era buffet e estava tudo bastante bom. Depois de almoço pudemos descansar um bocadinho, andamos a explorar o barco e depois chamaram-nos para fazer kayak. Foi espetacular! Adorei, mesmo. Foi das minhas experiências preferidas. Vi borboletas gigantescas que vinham ter connosco, vi peixes e medusas, andamos pelo meio das rochas gigantes e daquela água verde e cristalina. O tempo estava um pouco enevoado mas o calor era inacreditável. Super abafado. Já só queríamos ir para a água, mas ali não era um bom local.

Depois do kayak fomos até Titop Island. O que é que esta ilha tem de especial? Uma praia (mágico!) e um miradouro donde se pode ver a baía em todo o seu esplendor. Digo-vos que subir os degrau todos até lá acima, fez-me lembrar da aventura semelhante em Santorini que vos contei aqui. Os de lá eram mais, mas estava muito mais abafado aqui. Pensei que ia ficar pelo caminho, lol! Chegamos completamente encharcados, mas vale muito a pena. A vista é incrível. Recomendo a 100%. Depois descemos e fomo-nos refrescar na água. Era a primeira vez que entrávamos no mar na Ásia e a água era ainda mais quente do que estava à espera. Maravilhosa! Inacreditável! Ótima! Fantástica! Não sei se há mais adjetivos, mas estes servem na perfeição. Não era tão clara como a da Tailândia (não que eu soubesse, porque a Tailândia só veio depois), mas era igualmente quente. Adorei.

De volta ao barco, era happy hour, por isso fomos atacar os cocktails. Entretanto houve uma aula de culinária para aprendermos a fazer spring rolls. Atrasámo-nos um pouco à hora do jantar e ligaram logo para o nosso quarto a perguntar se não íamos comer. Já vamos senhores, tenham calma! Imaginem o que foi o jantar: spring rolls! Mas não vinham feitos, traziam-nos os ingredientes e devíamos por em prática o que tínhamos aprendido na aula. Foi muito engraçado. Ainda trouxeram uns camarões grelhados e, no fim, café vietnamita que vem numas "maquinetas" muito engraçadas. Depois de jantar fomos dar um passeio num barco mais pequenino, ver as estrelas e as luzes dos outros barcos. Voltamos e tentamos pescar lulas. Não pescamos nem uma. Ninguém pescou. Aquilo já não deve ter lulas para ninguém.

O dia amanhece cedo e às 6h30 havia uma aula de Tai Chi. Chegamos lá às 6h45 e vimos o professor ir embora, sozinho. Ninguém apareceu... Fomos tomar o pequeno almoço e, de repente, fiquei super enjoada. Pensei, oh lá, tu queres ver que estou aqui há dois dias e já me desfiz toda?! Mas não, foi claramente por estar a comer e a ver o barco deslizar. Não correu bem. A seguir fomos visitar a Sung Sot Cave, uma das maiores cavernas de Ha Long Bay, com estalactites e estalagmites e umas cores e formas fantásticas. Passamos aí o resto da manhã, a explorar a caverna e a tirar fotos. Passamos por mais um miradouro, um passadiço por cima da água e regressamos ao barco. Era hora de voltar. Um buffet tipo brunch foi servido e à 13h já estávamos de volta ao porto. Esperava-nos mais uma viagem de 4h no minibus, com paragem a meio para mais um xixi e umas compras impingidas. Choveu torrencialmente no caminho, mas quando chegamos a Hanói já estava bom. 

Foi uma experiência incrível e imperdível, sem dúvida. Não deixem de fazer um cruzeiro destes se tiverem essa oportunidade porque vale mesmo a pena. As paisagens são lindas, a comida era boa e o barco super confortável. Escolham bem, comprem pelo Booking se conseguirem ou lá, diretamente nas agências, se tiverem tempo para isso. Mas não deixem de ir. É mesmo mágico...

O nosso barco (à direita)

Alisa Cruise (foto retirada do Booking)




O quarto

A casa de banho do quarto

A fazer kayak

Vendedores ambulantes


O terraço do barco

Vista da baía no cimo da Titop Island

Praia da Titop Island (quando lá chegamos depois da subida já estava ninguém)


O tal café vietnamita (em cima estava o pó com a água quente que ia pingando para a chávena)

Um spring roll feito por quem sabe, os nossos não ficaram assim tão bonitos...

Sung Sot Cave

Era apertadota aqui...

Sung Sot Cave

Sung Sot Cave

Sung Sot Cave

Sung Sot Cave



As ultrapassagens do nosso autocarro. Sim, ele vai em contra-mão e, como podem ver, não vai voltar à direita tão cedo... independentemente de virem carros em sentido contrário ou não. Ah, e enquanto isso, também ia a ver um filme num tablet... Super tranquilo...

Espero que tenham gostado e que voltem (amanhã e) para a semana, porque vamos até ao Cambodja. Prometo que vão gostar!
Até amanhã***

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