sexta-feira, 28 de outubro de 2016

# 6 - Diário de Bordo: Meteora (dias 14 e 15)

Bom dia e boa sexta!
Adoro acabar a semana em grande e, por isso, deixei este novo "episódio" da rubrica Diário de Bordo para hoje. Pelo título já sabem onde vamos, mas vocês conhecem? Já tinham ouvido falar? Então, não podem perder este post. Definitivamente.

"Quando estávamos a planear a viagem percebemos que teríamos que voltar a Atenas para apanhar o voo de volta para Portugal. Mas como já lá íamos no início das férias, achamos que estaríamos a desperdiçar oportunidades se ficássemos os dois últimos dias de férias, novamente, lá. Então, como o fofo do meu marido tinha feiro Erasmus na Grécia (vida difíííííícil, certamente...), sugeriu que fôssemos visitar Meteora. Um local onde já tinha estado mas que não se importava nada de rever. E assim foi.

Ainda em Portugal, decidimos alugar um carro que nos levasse de Atenas a Meteora. Eram cerca de 350km, ou seja, em estradas gregas isso equivale a mais de 4h de viagem para cada lado (dado que tínhamos sempre que voltar a Atenas para apanhar o avião...). Quando chegamos de Amorgos, ficámos a dormir em Atenas, novamente, e, no dia seguinte, logo de manhãzinha, fomos à empresa de rent-a-car levantar o veículo de quatro rodas que nos levaria ao destino seguinte.

Foi o verdadeiro filme. "Ah e tal o carro não tem seguro contra todos os riscos. Para isso têm que pagar mais não sei quanto ou então bloqueamos € 600 no vosso cartão de crédito...", "Quantos km vão fazer? 400km? Aaahhh, o vosso carro tem limite de km, não dá para isso tudo. Se quiserem, podem pagar mais e ficam com km ilimitados...", "Querem GPS? Aaaahhh não temos, nenhum funciona..." E vocês pensam: foi numa empresa grega manhosa, não foi? Não! Foi na Europcar! Esqueçam! Caos total, estive quase quase para escrever no livro de reclamações, mas não me queria chatear nos dois últimos dias de férias. Enfim... Nunca mais!

Depois de toda a peripécia que envolver o aluguer de um carro, lá fomos nós, sem mapa, sem GPS, num país com um alfabeto diferente do nosso, pela estrada fora... Num café em que paramos sacamos algumas informações e tínhamos mais ou menos a ideia da direção que queríamos seguir. Felizmente, as placas nas estradas estavam em grego e em inglês! Foi a nossa sorte.

Cerca de 4h depois (sim, porque aquelas estradas são do pior...) chegamos, finalmente. A paisagem que surgia à nossa frente era incrível e nunca tinha visto nada do género. Montanhas já vi muitas. Mas montanhas em pedra com mosteiros no topo, isso já é outra história. A cidade de Meteora (cujo nome significa "no meio do céu", "suspenso no ar") representa, sem dúvida, a vontade dos homens estarem em contacto com o divino. Dos 24 mosteiros iniciais, apenas 6 permanecem no topo das formações rochosas, 4 deles são habitados por homens e 2 por mulheres. O acesso aos mosteiros era originalmente muito difícil (não que agora seja muito melhor...), feito através de longas escadas de corda ou redes puxadas por roldanas. Todas as entradas e saídas eram verdadeiros "saltos de fé" pois as cordas só eram substituídas quando partiam... Agora é possível chegar lá através de caminhos e escadas esculpidas na pedra, mas preparem-se porque são muuuuitos degraus...

Podem visitar os mosteiros dentro das horas em que estão abertos ao público (os horários variam cerca de meia hora), sendo certo que eles fecham um dia por semana (cada um num dia diferente). A visita custa € 3,00 por mosteiro e apenas podem ver uma parte, dado que os monges e as freiras que lá vivem não têm contacto com o exterior, permanecendo isolados do mundo. Alguns valem a pena visitar, outros nem tanto... Agora uma informação para quem vê a "Guerra dos Tronos": o Ninho de Águia (aqui), casa da família Arryn, irmã da Catelyn Stark (que atira as pessoas pelo buraco a que chama Porta da Lua), é inspirado em Meteora! 

As vistas são de cortar a respiração. Nunca estive num sítio assim. É difícil de descrever a sensação que se têm naquele lugar. Ainda que não sejamos religiosos, a nossa espiritualidade fica à flor da pele e sentimo-nos diferentes. Foi uma experiência fantástica, um dos meus locais preferidos, não só destas férias, mas também de todos os lugares por onde passei. É tão diferente, tão especial, tão belo... É incrível o que a natureza fez e o que os homens conseguiram não desfazer. Foi a melhor maneira de acabar as férias, sem dúvida!"






Reparem nas escadas por onde se subia antigamente...






Um pequeno "elevador" que abastece atualmente o mosteiro






Naquele gancho prendia-se a rede que levava e trazia as pessoas... É que, nem morta! Lool!


Espero que tenham gostado das fotos e que, um dia, se puderem, passem lá. Tenho a certeza que não se vão arrepender!
Até amanhã***

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