segunda-feira, 3 de outubro de 2016

#3 - Diário de bordo: Santorini (dias 7 e 8)

Bom dia alegria!
Tudo pronto para mais uma semana? Esta é das boas, tem aqui uma pausa a meio que faz as delícias de qualquer um, não é verdade? Hoje venho contar-vos mais um pouco da minha viagem à Grécia, desta vez vamos até Santorini, a terra do por do sol mais lindo do mundo. E será verdade? Vão ter que ler até ao fim para descobrirem... =)


"Chegamos ao porto de Mykonos e embarcamos novamente num ferrie que nos levaria ao nosso próximo destino: Santorini. A ilha onde todas as fotos que vemos na net, quando procuramos por "Grécia", são tiradas... A ilha das cúpulas azuis, do por do sol no mar, de tudo o que sonhamos que existe naquele país de mais bonito. E posso-vos dizer que não desilude. Mas vamos por partes...



Chegamos a Santorini e apanhamos o autocarro que nos levaria à cidade. Logo aí percebemos a diferença entre esta ilha e Mykonos: o centro da cidade ficava muuuuuitoooo lá em cima. Em Mykonos  é tudo mais plano (apesar de também subir muito na parte mais central da ilha), em Santorini as cidades são no topo da ilha e as praias cá em baixo. A subida de autocarro proporciona a quem chega umas vistas incríveis. Mas causa arrepios mesmo aos mais aventureiros: as estradas são apertadas e íngremes, com curvas de 180 graus, onde não existem proteções e o mar está bem lá em baixo, a uma queda de várias dezenas de metros. As escarpas são incríveis de tão belas e tão assustadoras ao mesmo tempo.



Ficamos num hotel mesmo no centro da capital, Fira. Tinha uma localização ótima para quem se queria deslocar através dos autocarros, pois a estação principal ficava a poucos metros de distância. Já vos contei a experiência de andar num autocarro público em terras gregas? Não? Então, está claramente na hora de o fazer.



Na estação principal de Fira existe um pequeno guichet onde se encontram os horários (raramente cumpridos, não vale a pena sequer dar-lhes importância...) e uma mega tabuleta que diz "os bilhetes são vendidos dentro do autocarro". Mas nesse mesmo guichet está um senhor a trabalhar. E o que é que ele faz? Nada! Limita-se a dizer "tickets inside the bus!!" Existe, ainda, um outro senhor que, sempre que chega um autocarro, grita o seu destino e algumas das paragens mais importantes. Mas porque raio é que o próprio autocarro não tem uma forma de identificar o destino? Até em Portugal isso existe, meus senhores! Mas ali não, temos que estar com atenção aos berros do senhor. Quando chega o autocarro, aproximamo-nos e tentamos comprar o bilhete com o condutor (como não se percebe bem por entre os vários gritos, é esta a altura de confirmarem se é mesmo esse o autocarro que querem apanhar e terem a sorte do motorista vos responder...). Achavam que era assim tão fácil? Nada disso. Mandam-nos sentar que já tratam dos bilhetes. Então, a malta lá vai entrando e quando já não cabe absolutamente mais ninguém em pé ou sentado, podemos arrancar. E o que acontece a seguir? Fácil: pelo meio da confusão de um autocarro a abarrotar e em andamento pelas ravinas cheias de curvas vem o senhor que vende os bilhetes, enquanto empurra uns e fura pelo meio de outros, dá troco e pergunta para onde vais... Gregos, ouçam isto, que vos vai mudar a vida: se em vez de todo este esquema, existisse uma forma de comprar bilhetes antes de entrar no autocarro, era tudo tão mais fácil!!! Eu percebo que havia aí umas três pessoas que ficavam sem emprego mas, na verdade, elas não estão lá a fazer nada!!



Autocarros à parte, Santorini é um sonho. A vista é arrebatadora. Mas o que a malta vê nas revistas não é Fira, é Oia. Uma outra terrinha onde se vai especialmente para ver o por do sol. Há várias formas de lá chegar e nós optamos por um mini cruzeiro que nos levava ao Vulcão, a outra ilha lá perto e, posteriormente, a Oia. O vulcão ainda está ativo e, se cavarmos ligeiramente a terra à superfície, conseguimos sentir o calor vindo do seu interior. Subimos ao topo, admiramos as vistas, ouvimos a história e ficamos maravilhados com esta força da natureza. Seguimos no barco até à "caldeira", um local onde poderíamos nadar nas águas quentes. Saltamos do barco sem hesitar. A água na Grécia já é maravilhosa mas, à medida que nos aproximávamos do vulcão, foi ficando cada vez mais quente e mais quente e mais quente. O cheiro a enxofre tirava um pouco da beleza à coisa e o facto da água (e nós e os nossos fatos de banho) ficar cada vez mais alaranjada também. Mas foi uma experiência incrível, de contacto com a natureza, de aventura. Adorei, adorei, adorei. Paramos numa ilha chamada Thirasia para almoçar. Comemos espetadas de polvo e lulas com salada grega. Maravilhoso.



A paragem final do cruzeiro era em Oia (que se lê "ia") para assistirmos ao por do sol. Chegamos ao porto e tínhamos que subir para a cidade. Só havia duas hipóteses: ou íamos de burro, ou subíamos os inúmeros degraus até ao topo. Nunca na vida eu iria de burro (não só porque não sou fã do bicho, como porque me parecia super desconfortável) por isso decidimos que íamos pelas escadas (que são as mesmas por onde os burritos sobem). O calor era insuportável mas, quando chegamos à parte onde os burros estavam "estacionados", percebemos que esse ia ser só um dos nosso problemas: as escadas cheiravam tão mal, havia tanta bosta de burro, que juro que pensei em voltar para trás e nadar de volta a Fira... Mas não havia mesmo outra solução, por isso foi sempre a subir. A meio tivemos que parar porque os burros estavam a descer, em alta velocidade. Foi assustador e, ao mesmo tempo, tive tanta pena dos bichos: se me estava a custar a mim subir, imaginem com uma inglesa ou um italiano as costas... Enfim, a pior parte de Santorini... 



Quando chegamos ao topo estávamos encharcados em suor, esbaforidos, sem conseguir respirar, com as pernas a tremer. E olhem que nós estávamos em relativamente boa forma! Treinávamos 2 a 3 vezes por semana e, mesmo assim, aquilo foi um teste de resistência às nossas capacidades físicas. O pior foi que, enquanto recuperávamos as forças, passou por nós a Emily Ratajkowski!! Mas estava tão suada, tão cansada, que tive vergonha de lhe pedir para tirar uma foto connosco... Fiquei com pena depois, mas estávamos mal de mais para ser verdade...



Faltava uma hora para o por do sol quando encontramos um bom spot (tivemos muita sorte pois enganámo-nos a ver as horas e achávamos que só faltavam 10min, se tivéssemos chegado lá 10min antes do por do sol, não íamos ver absolutamente nada!). Mais uma vez, a beleza do sítio era avassaladora... As pessoas amontoavam-se nas ruas estreitas, subiam a telhados, ocupavam todas as esplanadas para conseguir ver este espetáculo. A vista desafogada mar adentro é incrível. O sol bate na água e as cores espalham-se pelo céu como tinta numa tela em branco. Quase se ouve as pessoas a susterem a respiração perante o mais belo espetáculo da natureza. Os aplausos não tardam e sentimo-nos abençoados por poder presenciar aquele momento. Quem não acredita em Deus só pode ficar na duvida ao ver aquela maravilha... A noite cai e é hora de regressar.



Ainda fomos tirar umas fotos das famosas cúpulas azuis, passeamos no meio das casinhas, das lojinhas e dos hotéis, vimos a cidade iluminada primeiro pelo sol e depois pelas luzes em contraste com o escuro do céu e do mar. Foi o meu dia preferido em Santorini e talvez das férias inteiras."

Fira ao por do sol


Fira

À chegada no ferrie (vejam bem a cor da água lá atrás!)

O barco que nos levou ao vulcão e a Oia

No vulcão

No vulcão

Vista do vulcão

A caldeira, onde a água estava perto dos 40 graus
Thirasia, a pequena ilha onde parámos para almoçar


Oia

Oia

Oia

Oia

Oia

Oia

Oia


Oia

Oia

Oia


Oia


Tenho tanta coisa para vos contar de acerca de Santorini que vou guardar para outro post, pode ser? Assim posso mostrar-vos mais fotos =) 
Até amanhã***

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