Olá olá olá!
A nossa aventura nos Estados Unidos está quase a chegar ao fim... No episódio de hoje deixamos a Califórnia e entramos no estado do Nevada. Isto porque, Las Vegas é o nosso próximo destino. Só que, para lá chegar, tivemos que atravessar um local chamado Death Valley! Eu nunca tinha ouvido falar dele até começar a planear esta viagem e digo-vos, percebo porque é que tem este nome!
O Death Valley é, basicamente, um deserto. É um dos locais mais quentes do Mundo! É considerado um parque natural que separa a Califórnia do Nevada. Pagamos igualmente uma entrada de 30 dólares, por carro, que é válida por 7 dias. O parque é gigantesco, pelo que somente visitamos uma parte dele. Saímos bem cedo de Ridgecrest, a cidade onde ficámos a dormir, porque não queríamos chegar lá no pico do calor. Mas foi impossível...
Logo à entrada do parque tem uma pequena subida e, antes dela, uma placa a pedir para desligarmos o ar condicionado do carro. Como assim? Então eu vou entrar num deserto e tenho que desligar o AC?? Depois percebemos porquê: porque está muito calor e o carro vai ter que fazer um maior "esforço" para subir aquele pedaço, o que pode fazê-lo sobreaquecer se levarmos o AC ligado. Ou seja, mais vale morreres um bocadinho de calor, do que ficares apeado no meio do deserto porque o teu carro pifou... Pareceu-me justo! Felizmente pudemos ligar o fresquinho um pouco mais à frente.
A paisagem era impressionante. Este não era o típico deserto de areia, tipo Saara (apesar de haver lá uma zona com dunas, que não visitamos). É um vale abaixo do nível do mar, cercado por cordilheiras altas e íngremes. Quando o sol aquece o solo, esse calor é irradiado para cima, mas o ar denso abaixo do nível do mar absorve parte dessa radiação e irradia parte dela de volta para o solo. Ou seja, é um calor do caraças! O Death Valley é, ainda, famoso pelas suas superfícies salgadas. Ali existiu, há muito muito anos, um lago com quase 160 km de comprimento e 180 m de profundidade. Quando a área se transformou num deserto, a água evaporou, deixando uma abundância de sais à superfície.
Uma das primeiras paragens no caminho foi no Devils Golf Course (Campo de Golf do Diabo): uma extensa área coberta de formações de sal, pontiagudas, que formam um campo tão agreste, onde "only the devil could play golf" (só o Diabo conseguiria jogar golf)! Ah, para fazer esta travessia há muitas coisas que não podem faltar: muuuuita água, chapéus, óculos de sol, protetor solar bem forte, roupa fresca e clara e um depósito atestado. Nós levamos também comida, pois não há grandes sítios para comer lá. Os telemóveis ficam sem rede em grande parte do caminho, por isso é importante levar, ainda, um mapa em papel. Se não tiverem, eles fornecem-vos um à entrada do parque.
Outra das paragens foi em Badwater Basin. Este sítio é tão especial e diferente que é até difícil de descrever. Este é o ponto mais baixo da América do Norte e fica 86 metros abaixo do nível do mar. Consiste, basicamente, numa lagoa cristalizada. Um local onde a água é tão salgada que, com o calor, evapora, ficando apenas o sal. Isso traduz-se num enorme manto branco, rodeado por montanhas gigantes, numa imensidão inacreditável. Ao lado da lagoa, onde a a água não está sempre presente na superfície,
repetidos ciclos de congelamento e evaporação, gradualmente empurram a
fina crosta de sal até formar figuras hexagonais em formato de favos de
mel.
É possível deixar o carro a uns metros da lagoa e fazer o caminho a pé até lá. Nós, como somos estúpidos, decidimos (foi mais porque era o que fazia sentido em termos de rota) ir lá às 13 horas. Como devem imaginar, estava um calor insuportável mal saímos do carro. E no início desse percurso havia um sinal a indicar "Stop! Perigo de calor extremo. Não é recomendado andar aqui depois das 10h da manhã"... Não sei se já tinha dito que eram 13h e que nós somos estúpidos... Bem, à medida que começamos a andar em direção à lagoa, o chão ia ficando mais branco e o reflexo do sol no sal aumentava consideravelmente o calor. O caminho até lá parece curto, mas custou-me bastante. A sensação de estar na lagoa, sozinhos, no meio do nada, rodeada de sal e montanhas, é algo que só se faz uma vez na vida. E foi uma sensação espetacular!
O problema era que estava a ficar demasiado quente para mim. E ainda tinha que fazer todo o caminho de volta. As mãos estavam inchadas, fomos muitoooo burros e não levamos água. As pernas queimavam, toda eu ardia. Fiz o caminho praticamente em silêncio, a respirar lenta e ritmadamente, para não cair para o ladinho. Parecia que estava prestes a dar à luz e estava a treinar as respirações entre contracções... Era impossível andar muito depressa, mas eu só queria chegar ao carro o mais rapidamente possível. Com o coração disparado, a transpirar em bica e a pensar que ia desmaiar pelo caminho, lá chegamos ao carro. Bebemos uma garrafa de água de uma só vez e ficamos com a cabeça encostada às saídas de ar condicionado do carro, até arrefecermos um pouco. Meu Deus! Que loucura!
Bem, depois desta aventura, fizemos um piquenique no deserto, onde, graças a Deus, conseguimos encontrar uma sombra. Seguimos para o Zabriskie Point, um vale de formações rochosas onduladas, que tornam a sua travessia quase impossível. Outro dos pontos de paragem foi o Artist's Pallet, um conjunto de rochas coloridas devido aos minerais expostos e cinza vulcânica. As cores são incríveis! Terminamos a nossa viagem a ziguezaguear pelo deserto, até chegarmos ao seu fim e entrarmos no estado do Nevada. Vários quilómetros adiante começamos a ver, no meio do nada, um conjunto de prédios gigantes, perdidos no deserto. Era Las Vegas!! Mas disso já só falamos amanhã! 😉
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Death Valley |
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Death Valley |
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Devils Golf Course |
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Devils Golf Course |
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Devils Golf Course |
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Badwater Basin |
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Badwater Basin |
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Badwater Basin |
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Badwater Basin |
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Badwater Basin |
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Badwater Basin |
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Badwater Basin |
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Badwater Basin |
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Badwater Basin |
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Badwater Basin |
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Death Valley |
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Zabriskie Point |
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Zabriskie Point |
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Zabriskie Point |
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Death Valley |
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Death Valley |
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Death Valley |
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Death Valley |
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Death Valley |
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Artist's Pallet |
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Artist's Pallet |
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Las Vegas ao fuuuundo! |
Confesso que não ia com grandes expectativas para o Death Valley e fiquei tão agradavelmente surpreendida, que foi uma das coisas que mais gostei de visitar nestas férias! Por isso, se tiverem oportunidade, não deixem de lá ir. É mesmo espetacular 😉
Até amanhã***
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