Bom dia malta!
Estamos de volta à nossa rubrica sobre cinema. E que filme vos trago eu hoje? É mais um dos nomeados aos Óscars deste ano para Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Ator Secundário, Melhor Atriz Secundária, Melhor Argumento Original e Melhor Montagem. Já sabem qual é? Exatamente, é o "Spotlight"!
Este filme relata a investigação, levada a cabo por um grupo de jornalistas de um jornal de Boston (o Boston Globe), de vários casos de abuso sexual e pedofilia por membros da Igreja. O que, no início parecia ser um caso isolado, revelou-se apenas a ponta do iceberg. Estávamos perante um verdadeiro escândalo de pedofilia em que, para além da Igreja Católica, se mostrava envolvida a sociedade civil, o sistema judicial e até a própria comunicação social. Tudo se passava debaixo dos seus narizes mas todos olhavam para o lado para não criar confusões.
O filme não é extraordinário quando se fala em edição ou realização. É um filme simples que relata acontecimentos do dia a dia. Para mim, o melhor deste filme é o argumento e a forma como ele nos é passado pelos atores. Não há muito suspense, só a transmissão pura e dura de factos reais. E desafio qualquer um que andou na catequese a ver o filme e a não sair de lá com a ideia de que "podia ter sido eu ou alguém que eu conhecia"...! É um despertar de consciências, sem dúvida.
Quanto ao elenco, não percebo a nomeação da Rachel McAdams para melhor atriz secundária, porque acho que o papel dela não tem nada de extraordinário, nem sequer tem grande relevância, quanto mais falar-se num desempenho digno de Óscar. Já a nomeação de Mark Ruffalo para melhor ator secundário parece-me justa. É um ator que tem crescido, tem participado em filmes mais interessantes e tem melhorado as suas capacidades de representação.
Acho que, no geral, não é um filme fora de série mas é um filme muito bom. Espero que ajude os jornalistas por esse mundo fora a perceber que há coisas verdadeiramente importantes para investigar e que o papel dos media é informar, é alertar e não inventar, criar histórias ou apresentar notícias que de notícias têm muito pouco ou nada. Na vida real, a investigação e publicação desta história foi premiada com um Pulitzer na categoria de Serviço Público. Nos Óscars, parece-me ser um sério candidato à vitória final. Vamos lá ver!
Nota final: 4 estrelas (em 5)
E vocês, já viram? O que acharam?
Até amanhã***
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