terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

# 43 - Diário de Bordo: Bolonha

Olá malta!
Vamos até Itália, hoje. Que tal? Nada mal, não é verdade? É pena que é só na nossa imaginação e nas recordações que tenho e que venho partilhar convosco, mas já é melhor que nada! O destino do nosso Diário de Bordo desta terça-feira é... Bolonha!


Saímos da lindíssima Verona em direção à cidade com a massa mais famosa do Mundo (se bem que lá chama-se "Ragu" e não à bolonhesa). E que boa que ela era! Mal lá chegamos fomos logo almoçar que a fome era negra, num restaurante muito típico perto do centro histórico. Era dia 31 e íamos passar aí a meia-noite.

Com as forças já restabelecidas, rumamos à praça principal, a Piazza Maggiore. A caminho, mesmo antes de entrarmos, encontramos a Fonte do Neptuno, na praça com o mesmo nome. Ora, não só o senhor está nuzinho da silva, o que já não surpreende, como as senhoras que estão ao seu redor, também elas desnudadas, deitam água pelas mamocas! É bem atrevidota essa fonte. E ainda há uma lenda engraçada: diz-se que a Igreja mandou o escultor diminuir o tamanho da pilinha do Neptuno porque estava muito avantajado. Ele ficou chateado, mas cumpriu a ordem. Só que há um ângulo lateral em que o dedo da mão direita, que está esticado, faz com que pareça que o Neptuno tem uma grande ereção! E, segundo reza a lenda, não ficou assim sem querer...

A Piazza Maggiore é o coração da cidade. Local onde os estudantes sempre se juntaram para conviver e discutir. Tudo acontece à volta desta praça: é lá que encontram as melhores lojas, restaurantes, bares, galerias, tudo um pouco. É, sem dúvida, o lugar ideal para começar a conhecer Bolonha.

Mesmo na praça encontram a Basílica de São Petrónio, que começou a ser construída com o intuito de se tornar na maior do Mundo (o que acabou por não acontecer). A Basílica tem uma fachada muito estranha, porque, na verdade, está inacabada. Ela começou a ser construída em 1390 e foi interrompida em 1663. A parte de baixo é de mármore branco e rosa e a parte superior é construída em tijolos. Super estranha! Dentro da igreja encontram o maior meridiano do mundo, com 66,8 metros de comprimento e mede o equivalente a 0,0006 partes da circunferência terrestre.

A praça é, ainda, rodeada por 3 palácios: o Palazzo del Podestà, o Palazzo Re Enzo  e o Palazzo d’Accursio, onde encontram um centro de informações, uma biblioteca, escavações arqueológicas, muita coisa para visitar.

Outro dos pontos altos da cidade são as chamadas Torres de Bolonha: a Asinelli e a Garisenda. A primeira é a mais alta das duas. Tem 97 metros de altura e é considerada a torre inclinada mais alta de Itália (e não a de Pisa). Sobreviveu a dois incêndios e à Segunda Guerra Mundial. Hoje em dia é possível subir a sua escadaria interior até ao topo, cerca de 500 degraus. A segunda, mesmo ao lado, tem atualmente 48 metros (já teve 60) e fica um bocadinho ofuscada pela irmã. São um marco da cidade e uma visita imperdível.

Como era dia 31 de dezembro estava muita coisa fechada, mas ainda conseguimos ver o Archiginnasio (por fora), que foi um dia o prédio principal da Universidade de Bolonha e agora abriga o famoso Teatro Anatómico. Este prédio fantástico foi criado no século XVI e está localizado na Piazza Galvani. 

Passamos, também, na Basílica de São Domingos, sede principal da ordem dos dominicanos. Lá dentro encontram-se os restos mortais de São Domingos, numa arca decorada com os maiores episódios da vida do santo. Diz-se que Miguel Ângelo é o responsável por algumas das pequenas estátuas que rodeiam o túmulo.

Como era noite de passagem de ano, no centro da Piazza Maggiore encontrava-se uma instalação chamada Vecchione, a Fogueira do Velho: um grande boneco é colocado na praça a simbolizar o ano velho. Ao longo do tempo em que ele lá está, as pessoas vão escrevendo mensagens e coisas que querem deixar para trás no ano que vai embora e essas mensagens são colocadas no Vecchione. À meia noite do dia 31 de dezembro, quando surgem as 12 badaladas, o Velho é queimado e dá-se as boas vindas ao novo ano.

É uma tradição gira, que não conhecia e que gostei bastante de ver. Na praça havia também um DJ, a passar música durante toda a noite, e espetáculos de luzes e projeções. Não fosse o frio de rachar e até se estava muito bem na rua. Foi uma noite muito animada e uma passagem de ano diferente, mas que gostámos muito.

Fonte do Neptuno

Palazzo d’Accursio

Palazzo del Podestà na Piazza Maggiore

Palazzo d’Accursio na Piazza Maggiore

Palazzo d’Accursio na Piazza Maggiore

Pormenor de um dos edifícios

Palazzo del Podestà na Piazza Maggiore

Basílica de São Petrónio

Basílica de São Petrónio

Archiginnasio

Archiginnasio

Archiginnasio

Basílica de São Domingos

Basílica de São Domingos

As duas Torres: a Asinelli (maior) e a Garisenda (mais pequena)

Palazzo della Mercanzia

Vecchione de 2019

Projeções na Basílica de São Petrónio na noite da passagem de ano

Bolonha é uma cidadezinha medieval muito engraçada, com um espírito giro e ótima comida. Como sempre e especialmente nesta viagem, fiquei com pena de não tido mais tempo para ver mais coisas, mas o que vi gostei muito!

Espero que tenham gostado da viagem!
Até amanhã***

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