6.ª Avenida: # 37 - Diário de Bordo: Oludeniz

Olá olá olá!

Ontem não vos consegui escrever, mas hoje não se safam de mim! E continuamos a nossa viagem, em mais um episódio de Diário de Bordo. Sim, mantemo-nos na Turquia (ainda vamos lá ficar mais uns dias), mas desta vez vamos mais para sul, para um sítio de praia. Vêm connosco?

"Saímos da Capadócia debaixo de uma chuva torrencial. O transfer que nos levou ao aeroporto parou em todas as capelinhas e estávamos a ver que íamos chegar atrasados. Felizmente, tal como já vos tinha contado, o aeroporto era ridiculamente pequeno, por isso pudemos chegar lá menos de uma hora antes de voo. Tudo tranquilo! Aterramos em Dalaman, uma terrinha perto do destino que pretendíamos, mas ainda nos esperava um caminho de uma hora. Tínhamos reservado um shuttle online, mas, se não o tivéssemos feito, havia várias opções de transporte dali para as praias principais.

Chegamos tardíssimo e a morrer de cansaço, por isso foi ótimo quando percebemos que o hotel era espatacular. Ficamos no Ecclesia Hotel, na primeira linha da praia de Oludeniz e não podíamos ter escolhido melhor. O quarto era super espaçoso e confortável, o pequeno-almoço, que estava incluído, era à carta e não buffet, mas com ótimas opções, o restaurante era delicioso... enfim, só coisas boas a dizer!

Oludeniz foi uma opção de descanso. Há alguns anos que não fazíamos vários dias de praia e queríamos aproveitar para recarregar baterias. Antalya era o destino mais óbvio, mas não era bem o que pretendíamos. Queríamos algo calminho e para relaxar. Na verdade, foi basicamente isso que encontramos em Oludeniz. Não posso dizer que foi a melhor praia onde estive ou que o sítio era particularmente espetacular. Não, não era nada disso. Mas cumpriu o seu propósito.

Oludeniz é uma espécie de Algarve dos anos 90, que ficou parado no tempo. Tem bastante ingleses, mas não são daqueles bêbados das despedidas de solteiro. Como a Turquia é um país muçulmano onde, por regra, não se consome álcool, isso deve afastar essa malta deste destino. Contudo, encontramos muitas famílias e alguns grupos de amigos, mas bastante calminhos. E sim, havia álcool, ali e em todo o lado a que fomos. Só que a maior parte das coisas fechava por voltas das 23h30! Por isso, não havia sequer tempo para a malta ficar bêbada 😂

Uma das principais atrações de Oludeniz é o parapente (ou paragliding como lá se chama). A qualquer hora do dia é vê-los, às dezenas, a sobrevoar a praia. E se não tiverem cuidado podem levar com um em cima, a aterrar bem no meio do calçadão. Tive que correr uma ou duas vezes para evitar esse cenário... Mas, no geral, é bastante giro vê-los no ar. Não fui fazer parapente, mas um amigo meu foi e gostou bastante. A vista é incrível lá de cima... imagino!

Outra coisa que também é muito famosa é a Lagoa Azul. Uma parte da praia cria uma lagoa com água cristalina e quente que é uma delícia! Como é uma reserva protegida, têm que pagar uma entrada que é bastante barata (tipo € 1,00 ou algo do género). Aí e no resto da praia há imensas espreguiçadeiras e guarda-sóis para alugar a cerca de € 10,00 o dia todo (duas cadeiras e um guarda-sol).

Nota-se que a vida é um pouco mais cara e virada para o turista, especialmente nas compras e nos restaurantes, que puxam os preços um pouco mais para cima do que no resto dos sítios onde estivemos durante a nossa viagem na Turquia. Mas continuam a ser bastante acessíveis. O melhor das lojas é que é tudo contrafeito! Ahahahah! Há aquelas que assumem que são falsas e depois há as que tentam passar por verdadeiras, como a Harrols em vez de Harrods ou o IIDI em vez de LIDL. É hilariante só de ver!

Fizemos também uma viagem de barco ao Vale das Borboletas, uma espécie de reserva hippie, apenas alcançável por mar, onde a malta acampa e vive do que a natureza lhe dá. Chama-se assim porque tem cerca de 100 espécies de borboletas diferentes, apesar de termos visto muito poucas 🦋. Para além da pequena praia rodeada de altas montanhas, é possível caminhar até uma queda de água. Por ser Agosto e estar muito calor (presumo eu), a queda de água era quase inexistente. Mas a caminhada pelo meio do vale foi gira de qualquer forma.

O pior de Oludeniz, que também contaminava o Vale das Borboletas, são os falsos barcos piratas que realizam excursões a vários sítios próximos, entre eles, o referido Vale. A música está sempre a altos berros, as pessoas a dançar lá dentro, com festas da espuma e afins... é um espetáculo bastante degradante. Especialmente no Vale das Borboletas, no momento em que os barcos lá atracavam era o descalabro. Nada tinha a ver com nada e o lugar transformava-se completamente. Depois iam embora e o sossego voltava. O mesmo acontecia na praia e na Lagoa Azul. Felizmente eles saíam de lá de manhã e só regressavam ao final do dia. Isso é, sem dúvida, o pior de Oludeniz.

Para o que pretendíamos deu perfeitamente. Descansamos, comemos bem, divertimo-nos (especialmente a andar lá numas motas coloridas durante a noite, quais miúdos) e fizemos praia. Apesar de não ser areia, mas sim umas pedrinhas um pouco desconfortáveis (compramos aqueles sapatos de levar para a água e foi a melhor coisa que fizemos), a água era deliciosa, quentinha, calminha, uma maravilha. Pouco tempo passava na espreguiçadeira, porque estar na água era mesmo muito bom. Não havia vento, estava calor e a temperatura da água era perfeita! Enfim, nessa parte, não desiludiu. Agora, se estão à procura de glamour ou de sítios mega instagramáveis, esqueçam!"

Fiquem com algumas fotos: