segunda-feira, 9 de setembro de 2019

# 35 - Diário de Bordo: Istambul (1.ª parte)

Bom dia alegria!
Começamos a semana a falar de viagens. Isto porque ainda não vos tinha contado nada acerca da minha viagem à Turquia! Foram 15 dias muito cheios, com muitos quilómetros percorridos (a pé e em vários meios de transporte diferentes), que souberam a pouco, obviamente, mas muito bem passados. Vamos lá, então, para a primeira parte desta aventura que começou em... Istambul! Este é o 35.º episódio do Diário de Bordo e começa agora:


"O dia começou bem cedo, pois fizemos a viagem para Istambul a partir de Lisboa. Por isso, a primeira parte da viagem foi de comboio. Sim, há voos diretos do Porto, mas ficavam bem mais caros, por isso achamos que compensava apanhar o avião em Lisboa. Umas horas depois estávamos a aterrar no maior aeroporto que eu alguma vez vi. Era, simplesmente, gigantesco. Havia muito mais pessoas a trabalhar lá do que passageiros. E não só porque eram 23h da noite, porque estivemos lá em vários dias diferentes e em horários distintos e nunca ficamos numa fila mais do que 2 minutos. É absurdo de tão grande e tão imponente!

Para chegar ao centro de Istambul do novo aeroporto (que fica bastante afastado) uma das opções que têm é apanhar um autocarro (custa 18 liras, ou seja, cerca de € 3,00) que demora, mais ou menos, uma hora. Têm que descer ao piso -2 do aeroporto e apanhar o bus 17 que sai em Sultanhamet, a praça mais central de Istambul, com a Mesquita Azul de um lado e a Hagia Sophia do outro. São logo umas boas vindas de luxo àquela imponente e magnífica cidade. O nosso hotel ficava muuuito perto de Sultanhamet, chamava-se Raimond Blue e era bastante razoável. Como já passava da meia noite, fomos só comer qualquer coisa e fomos descansar, porque os dias seguintes prometiam!

Fomos informados no hotel que tínhamos ido lá numa altura complicada. Estavam a atravessar uma época festiva, a chamada Festa do Sacrifício, que durou entre os dias 11 e 14 de Agosto. Por um lado, a cidade estava a abarrotar, cheia de turistas estrangeiros e turcos que viajaram a Istambul para os festejos religiosos. O que lhe conferia um encanto especial, pois as pessoa que por lá passeavam eram tantas e tão diferentes, mas todas se respeitando e tolerando umas às outras. Das inglesas com o rabo a sair dos micro calções, às muçulmanas de burka, em que só se lhes via os olhinhos. Por outro lado, havia muita coisa fechada que não conseguiríamos visitar se não tivéssemos reservado mais dois dias, no final da viagem, para voltar a Istambul e ver o que não teria sido possível da primeira vez. Foi  o melhor que fizemos e tivemos muita sorte com essa escolha.

Como desconhecíamos o feriado não adequamos o nosso itinerário e tivemos que improvisar... Fomos visitar o que estava a aberto e o resto ficaria para a volta. Começamos, obviamente, pela praça Sultanhamet e pela Mesquita Azul. A visita é grátis, os joelhos e ombros de todos têm que estar tapados, bem como o cabelo, para as mulheres. Se não estiverem vestidos de forma adequada, ser-vos-á cedido à entrada um lenço para a cabeça e uma espécie de saia comprida que dá tanto para mulheres como para homens com calções demasiado curtos. Confesso que não cheirava muito bem lá dentro, talvez porque toda a gente tem que se descalçar para entrar na Mesquita. Estava demasiado apinhada de turistas e não fiquei particularmente entusiasmada. Ainda por cima, estava em obras, o que lhe tirou uma parte da graça. Mas foi a primeira experiência religiosa e foi bastante interessante. A Mesquita é bem imponente e sumptuosa, sendo a única de cidade a ter 6 minaretes.

Ao lado da Mesquita têm o Hipódromo de Constantinopla, onde se encontra o Obelisco de Teodósio, trazido do Egito no ano de 390, e a Coluna Serpentina, construída para celebrar a vitória dos gregos sobre os persas.

Daí seguimos para o Palácio de Topkapi, que fica na parte lateral da Hagia Sophia. Custa 72 liras (cerca de € 11,50), mas se quiserem visitar o Harem são mais 42 liras (ceca de € 6,70). Nós só vimos o Palácio mesmo e foi bastante interessante. Casa de sultões Otomanos, este palácio alberga o tesouro nacional, as relíquias sagradas do profeta Maomé e os arquivos imperiais. Tem cerca de 700,000 metros quadrados, está rodeado por uma muralha (no lado da terra), pelo Mar de Marmara, pelo Bósforo e pelo "Golden Horn", um estuário que divide o lado europeu do asiático. São visitáveis várias salas, pátios, jardins, e também têm uma mesquita lá dentro, chamada Hagia Irene (a entrada custa 36 liras, ou seja, pouco mais de € 5,50).

À tarde fomos à Cisterna da Basílica, também conhecida como Palácio Submerso, um local de armazenamento de água com 8 metros de altura e capacidade para 30 milhões de litros de água. Esta é composta por 336 colunas romanas, sendo que duas delas têm, na sua base, uma cabeça de Medusa. Reza a lenda que quem as olhar nos olhos se transforma em pedra... Pelo sim, pelo não, mais vale não arriscar 😉 A entrada custa 20 liras turcas (mais ou menos € 3,00) e só aceitam pagamento em dinheiro.

Daí seguimos para a Hagia Sophia, que não é propriamente uma Mesquita, mas sim um Museu (chegou a ser uma catedral católica romana entre 1204 e 1261). O bilhete custa 60 liras (cerca de € 10,00) e vale todos os cêntimos. Ao contrário da Mesquita Azul, esta não me desiludiu nem um pouquinho. Se, por fora, pode não ser tão bonita quanto aquela, por dentro o cenário é outro completamente diferente. Os medalhões, os candeeiros, o tamanho da sala principal, os mosaicos, tudo neste sítio é grandioso e espetacular. A luz que se tem lá dentro é única e o espaço é incrível. A cúpula é majestosa, sendo considerada a epítome da arquitetura bizantina. Foi a maior catedral do Mundo por quase mil anos e é, sem dúvida, uma das mais bonitas.

O segundo dia começou bem cedo com uma visita ao outro lado do Bósforo. Tentamos ir visitar o Palácio Dolmabahçe, mas estava fechado por causa das festividades. Já que estávamos daquele lado, aproveitamos e apanhamos um funicular que nos levou à famosa Praça Taksim, considerada o coração da moderna Istambul. No centro da praça têm o Monumento da República e daí saem avenidas para o bairro com o mesmo nome. 

Seguimos pela rua principal, pedonal, tipo a Santa Catarina lá da zona, chamada Istiklal Caddesi. Uma rua super movimentada, cheia de lojas, vendedores de gelados, restaurantes e cafés. No final dessa rua encontram a Torre de Galáta, uma torre medieval que se diz ser uma das mais antigas do Mundo. Podem subir para apreciar as vistas (acho que são cerca de 9 liras, isto é, € 1,50), mas quando fomos estava uma fila gigantesca e decidimos não ficar à espera...

Continuamos a descer até ao Bósforo, onde se tem uma vista sobre o outro lado da cidade simplesmente fenomenal! As diferentes Mesquitas elevam-se aos céus com os seus minaretes a espreitar, chega-nos o som do chamamento para a oração e aquilo não parece real. Os pescadores assam o peixe que acabaram de apanhar e vendem-nos em pedaços de pão. Os cheiros misturam-se e parece que estamos num filme. Que delícia de cidade...

Voltamos a atravessar a ponte e fomos à Mesquita Nova. De seguida, pensamos ir ao mercado das especiarias que ficava ali perto... mas também estava fechado. Seguimos caminho para a Mesquita de Suleymaniye, a maior da cidade em termos de área. São metros e metros de tapetes a cobrir o chão, azulejos nas paredes e a luz do sol a entrar das janelas. Ao contrário das igrejas, as mesquitas são acolhedoras: as pessoas sentam-se no chão, conversam, rezam, convivem, dá vontade de lá passar algum tempo, nem que seja só para a admirar. No complexo é, ainda, possível visitar o túmulo de Solimão (o sultão que mandou construir a mesquita), da sua esposa e do arquiteto. A entrada é grátis. 

Ainda tivemos tempo para ver o Aqueduto de Valens e a Mesquita Sehzade, na qual não pudemos entrar porque estava em celebração. Terminamos o dia a jantar num terraço com vista para Sultanhamet, Mesquita Azul e Hagia Sophia. O preço é para turista ver, mas valeu a pena pelas vistas. Sabíamos que tinha ficado muuuito por ver, mas também sabíamos que íamos voltar uns dias mais tarde. E ainda bem que o fizemos!

Deixo-vos com algumas fotografias (tenho milhões!!) dos sítios por onde passamos nestes primeiros dois dias e espero que vos apaixonem tanto como esta cidade me apaixonou a mim!


Novo aeroporto de Istambul

Novo aeroporto de Istambul

Novo aeroporto de Istambul

A caminho de Sultanhamet

Mesquita Azul

Mesquita Azul

Mesquita Azul

Mesquita Azul

Mesquita Azul

Hagia Sophia vista da Mesquita Azul



Hipódromo

Hagia Sophia (vista lateral)

Palácio Topkapi

Palácio Topkapi

Palácio Topkapi

Palácio Topkapi

Palácio Topkapi

Palácio Topkapi

Palácio Topkapi

Palácio Topkapi

Palácio Topkapi

Palácio Topkapi

Palácio Topkapi

Cisterna da Basílica

Medusa na Cisterna da Basílica

Medusa na Cisterna da Basílica

Hagia Sophia

Mesquita Azul vista da janela da Hagia Sophia

Hagia Sophia

Hagia Sophia

Hagia Sophia

Mosaico da Hagia Sophia, que mostra o imperador ajoelhado diante de Cristo e, ao lado, os medalhões da Virgem e do Arcanjo Gabriel. 

Hagia Sophia

Mosaico "Súplica" da Hagia Sophia, que mostra Virgem Maria e João Batista a suplicar a Cristo a sua intervenção pela Humanidade no dia do Juízo Final

Hagia Sophia

Hagia Sophia

Mosaico de Hagia Sophia que retrata Virgem Maria com o Menino Jesus ao colo, o Imperador Constantino à esquerda e o Imperador Justiniano à direita

Praça Taksim

Monumento da República na Praça Taksim

Loja de doces típicos na Istiklal Caddesi

Torre de Galáta

Bósforo

Venda de peixe junto ao Bósforo

Bósforo e a Mesquita de Suleymaniye

Mesquita de Suleymaniye

Mesquita de Suleymaniye

Mesquita de Suleymaniye

Vista da Mesquita de Suleymaniye

Aqueduto de Valens

Mesquita Sehzade

Vista da Hagia Sophia do terraço do restaurante

Muito mais havia para vos mostrar e só vamos a meio da visita a Istambul. Mas deixamos o resto para outro episódio, porque, no próximo, voamos até à Capadócia! 
Até amanhã***

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