6.ª Avenida: #2 - Diário de Bordo: Mykonos (dias 3 a 6)

Olá malta! Boa sexta!
Hoje venho continuar a contar-vos as minhas aventuras por terras gregas, nesta nossa rubrica "Diário de Bordo". E onde vos levarei desta vez? Mykonoooooooos!!

"O dia amanheceu cedo, eram 5h da manhã. Ainda não havia sol lá fora. Mas tínhamos que apanhar o ferrie que nos levaria de Atenas a Mykonos às 7h30 e ainda tínhamos que fazer o check out, apanhar o metro e descobrir o cais de embarque no Porto. Tudo correu lindamente, chegamos lá super cedo. À chegada descobrimos que o nosso cais era o 1, estávamos em frente ao 7. Pensamos: ok, não deve ser longe. Fomos tomar calmamente o pequeno-almoço e às 7h fomos para o cais. O cais 1 nunca mais aparecia, andamos, andamos e nada. Decidimos perguntar a alguém antes de perdermos o barco e mandaram-nos apanhar o autocarro. Autocarro? Dentro do Porto? Correto. O Porto de Piréus é simplesmente gigante. É ridículo! Tivemos que apanhar um autocarro e andar uns bons 10min para ir do cais 7 ao cais 1... Chegamos meeeesmo a tempo, apanhamos o barco e lá fomos nós.

Foram cinco horas. Dormi, comi, li, conversei, apanhei sol, tirei fotografias, fiz tudo o que era possível fazer. Finalmente chegamos: Mykonos estava no horizonte.

À chegada somos logo assediados por 20 taxistas, mais 10 condutores de autocarros particulares, shuttles que prometem um serviço magnífico, enfim, tudo e mais alguma coisa.

Decidimos ir de water taxi, ou seja, de barco. Ainda não tínhamos andado o suficiente...! Mas a viagem até ao centro é curta e rápida e foi barato (acho que uns € 2,00 cada). As casas brancas com portas azuis que ilustram todo o imaginário grego estão agora à nossa frente. Aqui, sim! A Grécia é linda!

A viagem a pé com as malas até ao hotel não foi fácil. Aliás, foi tão difícil que decidimos de forma unânime e imediata que precisávamos de alugar um carro. E foi o que fizemos.

Mykonos é a ilha da diversão. Se querem dançar até cair, beber cocktails na praia ao pôr do sol, aproveitar as águas quentes e a animação dos turistas, Mykonos é o local ideal. Cheia de italianos, a ilha é uma referência gay mundial, por isso não estranhem se, numa das concessões da praia, normalmente a que tem as espreguiçadeiras mais caras, não existirem mulheres por perto... Foi o que nos aconteceu num dos dias. Nunca me tinha sentido tão à vontade numa praia =)

Fazer praia em Mykonos é todo um acontecimento. A areia é relativamente fina e clara (ao contrário de Santorini), há bastante vento mas é tão quente que não faz qualquer diferença. Os espaços para colocar a toalha são quase nulos porque o negócio das camas e guarda-sóis é muito forte por aqueles lados. Chegamos a pagar € 30,00 por duas espreguiçadeiras e um guarda-sol e não eram as mais caras! Ao contrário de Atenas, ali não há crise, não há gente pobre, só turistas e, por isso, há que fazê-los pagar. E bem!

Existem várias praias em Mykonos, nós visitamos algumas: Paradise, Super Paradise, Paraga e Kalo Livadi. Deslocávamo-nos sempre de carro ou autocarro pois os táxis são raros (acho que só existem 30 na ilha inteira) e caros. Conduzir na Grécia é uma aventura. No início pensamos alugar uma moto 4. Mas depois de ver tanta gente ligada, engessada, arranhada, com cabeças partidas e, essencialmente, depois de os vermos conduzir, percebemos que era demasiado arriscado e ficámo-nos pelo carro. Vimos uma senhora a ser atropelada, não só porque se atravessou no meio da estrada passando entre os carros que estavam parados no trânsito, como uma mota estava a ultrapassar toda a gente pela direita e levou-a à frente... Felizmente não foi nada de muito grave e todos seguiram caminho...

O centro de Mykonos é dos sítios mais bonitos onde estive. O chão branco e empedrado, as casinhas brancas com as portas e as varandas pintadas de azul, de vez em quando um amarelo espreita lá pelo meio, flores coloridas crescem descontroladas e pendem sobre as nossas cabeças. É mesmo muito muito bonito.

Come-se muito bem na Grécia em geral e Mykonos não foi exceção. Ah, mas paga-se ainda melhor. A comida grega é ótima e muito semelhante à nossa. Mas os restaurantes italianos são os que mais abundam por aqueles lados. Num dos dias vimos o pôr-do-sol da varanda de um bar, em Little Venice, com uma garrafa de Moët Chandon e senti-me rica, em todos os sentidos. Little Venice é uma zona de restaurantes, que, como se percebe, se inspira em Veneza. Com os moinhos ao fundo, as ondas batem contra as pedras enquanto vês o sol a desaparecer no mar e pensas que, efetivamente, és uma privilegiada por estares ali.

Em Paradise e Super Paradise há animação ao final da tarde. Os bares começam a aumentar o som, os bailarinos profissionais ocupam os seus lugares, cocktails começam a voar do balcão e toda a gente e dirige ao bar mais próximo para um pézinho de dança, uma bebida e muita animação. O Sasa é um italiano com uns 50 anos que, pelo menos há 10 anos já lá anda, de tanga fio dental com formato de elefante. Ele chama pelas pessoas das diferentes nacionalidades, ele anima tudo e todos, ele é um ícone de Paradise. Quando ouvirem "Mycoooonooooos" é porque ele chegou! Também não podem falhar o Skandinavian, uma bar de shots bem no centro, com vários anos de histórias para contar. Paragem obrigatória.

Estar em Mykonos traz-nos um sentimento de liberdade e felicidade que só experienciei em Ibiza. Ninguém quer saber de onde és, porque estás lá, se és rico ou pobre, o que trazes vestido, ninguém quer saber. As pessoas estão lá para serem felizes, para descontraírem, para ouvirem música, dançar, conviver e esquecer os problemas. Mykonos tem esse poder.

No último dia entregamos o carro alugado. Era suposto pagarmos a gasolina. Mas o senhor gostou tanto de nós que, afinal, já não era preciso. Os gregos são assim, se os tratas bem, eles tratam-te bem a ti. Foi sempre incansável, indicou-nos bons restaurantes, as melhores praias, boas lojas para compras, como ir para aqui ou para ali... Incansável, sem dúvida. No final ainda nos levou ao Porto para seguirmos caminho para Santorini.

Foram 4 dias muito bem passados, disfrutámos da cidade, das praias, dos bares, das pessoas, dos cheiros e das paisagens. Não sei se volto, mas gostava, um dia. Fui muito feliz em Mykonos =)"