segunda-feira, 2 de junho de 2014

Rock in Rio '14

Olá  minha gente!
Como correu esse fim de semana? O meu foi espetacular, apesar pequena gripe que me decidiu vir visitar... A culpa foi do vento gelado de Lisboa que se fazia sentir nos ossos, no cimo daquela coisa chamada o Parque da Bela Vista. Foi a minha primeira vez no Rock in Rio. Adorei algumas coisas, achei outras desnecessárias. Quem está habituado a festivais tipo Super Bock Super Rock ou Sudoeste, vai achar o RIR  um parque de diversões que, por acaso, tem concertos. A cidade do rock conta com cabeleireiro, manicure, Fnac, a Oriflame, a Portugalia e um restaurante de Sushi.Para os verdadeiros festivaleiros, aquilo não é bem um festival. Mas que os concerto a que assisti foram espetaculares, lá isso foram!
Tenho que começar por falar na Lorde que, apesar de não estar no top das minhas preferências, ganhou todo o meu respeito. Uma miúda de 18 anos que sobe a um palco gigante, praticamente sozinha e faz um concertaço como o que ela fez, é de lhe dar valor. Voz irrepreensível, presença marcante, ótima ligação com o público. 
Mas o ponto alto da noite foi quando entraram em palco os fantásticos Arcade Fire. Foi mágico, maravilhoso, emocionante, arrebatador. Como não sou uma expert na matéria, vou deixar os profissionais falarem por mim. Aqui fica o artigo da Blitz sobre o concerto.





"A dúzia de almas que vemos em palco a trocar constantemente de instrumento e de posição parece, grosso modo, uma banda de casino embriagada a tocar no jardim de verão do palácio. Vestidos para a festa, com fatos reluzentes e uma solenidade algo cómica, os Arcade Fire rapidamente se ensopam em transpiração e, solenidade da farpela à parte, entregam-se abnegadamente à missão de dar espetáculo. Fazem-no como se estivessem treinados para a liga dos campeões desde o tempo em que andavam nos campeonatos regionais. 

Secção de metais e umas mãos extra na percussão acrescentam-se à formação habitual, onde se destacam naturalmente Win Butler (voz, guitarra, piano, chefe de orquestra), Régine Chassagne (voz, uma data de instrumentos) e Richard Reed Parry (teclados, percussão, ruivo mestre de cerimónias, etc). Note-se o retorno à casa de Sarah Neufeld, violinista que por altura da edição Reflektor saíra para lavrar um disco a solo. 

É com o noturno tema-título, electro épico para flashes contínuos, que o concerto desta noite abre. "Flashbulb Eyes", também do álbum de 2013, segue-se sem pausa. A generosidade na abordagem a Funeral começou logo a seguir (por outro lado, quase nada foi tocado de Neon Bible , um segundo álbum a que falta o brilhantismo do primeiro): "Neighborhood #3 (Power Out)" suscitaria os primeiros coros da noite, palavras gritadas para o céu a espantar espíritos. Colada a esta, "Rebellion (Lies)", mais épico, mais excitado, mais alto, mais tudo. Plateia ganha num instante. 

Depois de um "Rococo" morninho (pior canção dos Arcade Fire?), uma canção "sobre a saudade" (Win Butler dixit), "The Suburbs" - o vocalista ao piano, Régine atrás da bateria, sorridente. Falha-se o arranque de "Month of May" por duas vezes e uma versão curta, quase "a capella", de "My Body Is a Cage" resolve o impasse. "Month of May" ficaria para outras núpcias porque da cartola saem mais dois coelhos: "Neighborhood #1 (Tunnels)", canção nervosa, turbilhão pronto a explodir (mais um coro redentor) e "No Cars Go", cavalgada imperial a terminar em triunfo, um estado êxtase que provavelmente só os Arcade Fire conseguem repetir, sem perda de emoção, ao longo de quase duas horas. 

Dança-se com "Haïti", há ginga de "Billie Jean" em "We Exist" (o novo single), um homem vestido de espelhos (refletor, claro) assoma na plateia em "Afterlife", ataca-se território funk com "It's Never Over (Oh Orpheus)", aqui com Régine numa plataforma a alguns metros do palco, assombrada por um esqueleto, a alternar o protagonismo com o marido. Estridente, mas afinada, a vocalista interpreta depois uma emocionante "Sprawl II (Mountains Beyond Mountains)" que parece irmanada com "Heart of Glass", dos Blondie. 

O momento mais rock desbragado dá-se com "Normal Person", riffalhada que arde (lembra "Addicted to Love", de Robert Palmer) e cabeças a abanar para cima e para baixo numa plateia que nunca saiu da rede de enlevo montada pela banda canadiana. Vemos agora os gigantones de Reflektor sobre o palco, subitamente mais populoso. 

"Here Comes The Night Time", canção de dois balanços, é outro pico do concerto, num momento arrebatada e dramática, noutra divertida e descomprimida (e há quem jure ter visto Lorde em palco neste momento) e foi depois de uma chuva de confetes que o desenlace se deu, ao som de uma "Wake Up" ainda lá mais em cima de tudo (continua uma delícia aquele final à "Lust for Life", de Iggy Pop), coros disparados para um céu limpo de primavera, fantasia de concerto rock plenamente cumprida, "esta banda ainda é o que era". Sai-se daqui muito bem tratado."





Arcade Fire - Rock in Rio 2014 [Lusa]


Quem foi, espero que tenha gostado tanto quanto eu. Quem viu pela televisão, espero que fique com vontade de os ver ao vivo.Quem não viu, ainda têm tempo de andar com as gravações para trás, vá lá, já toda a gente tem disso! Não percam porque é maravilhoso!
Até amanhã***

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