terça-feira, 12 de novembro de 2019

# 15 - Séries: The Spy

Olá olá olá!
Como este fim de semana foi bem cinzento e chuvoso, passei o domingo em casa, com uma bela manta, boa companhia e a Netflix ligada. O verdadeiro Netflix and chill. E graças a isso conseguimos acabar uma mini-série que andávamos a ver e acerca da qual vos quero falar hoje: The Spy. Por isso preparem-se que vem aí mais um episódio da rubrica "Séries"!


O protagonista é Sacha Baron Cohen. Sim, o hilariante "Borat" assume o papel principal nesta mini-série dramática e cheia de suspense. Sacha é Eli Cohen, um espião israelita que existiu na vida real.

Baseada em factos reais, a nova mini-série da Netflix conta a história do homem que a Mossad infiltrou na Síria, nos anos 60, com o intuito de obter informação e fornecê-la aos serviços secretos israelitas. Eli Cohen adota o nome de Kamel Amin Thaabeth, um empresário da indústria têxtil, milionário e bem sucedido, que vive uma vida de luxo e se torna bastante próximo dos líderes militares e, em geral, das pessoas mais influentes da época.

A vida de Kamel não tinha nada a ver com a de Eli Cohen: o primeiro tinha uma vida de luxo, era solteiro e rico, um bon vivant desejado por todas as mulheres solteiras (e casadas) da Síria; enquanto o segundo pertencia a uma família de classe baixa, muito humilde, casado e com duas filhas. 

A série explora os vários aspetos da vida de espião: do recrutamento ao treino, da capacidade de mentir e se enquadrar, de se adaptar às circunstâncias e de ganhar a confiança de desconhecidos. Por um lado torcemos por Kamel, queremos que ele seja bem sucedido e que volte a casa seguro. Por outro percebemos que os agentes secretos não têm (ou, pelo menos, não tinham) apoio verdadeiro, nem no terreno, nem em casa. E no caso de Eli Cohen vemos também como a ânsia de contribuir e de fazer mais e melhor, pode correr muito mal e pôr em causa toda uma missão.

O que é mais chocante é perceber que, uma vez apanhado, pouco ou nada há a fazer por um espião. Primeiro, é preciso que o país para o qual se trabalha o reconheça como seu e isso nem sempre (se é que alguma vez) acontece. Depois, dificilmente o país que foi traído tem clemência com estas pessoas, sobretudo com Eli Cohen, que desempenhou um papel tão relevante na transmissão de segredos militares e planos de guerra e fez "gato-sapato" de todos os intervenientes.

Outra das coisas que a mini-série retrata bem é a dualidade que um espião vai sentindo: chega a uma altura da vida em que ele já não sabe verdadeiramente quem é, com qual das pessoas se identifica mais, qual o tipo de vida que pretende... E não me parece que lhes seja prestada a atenção e apoio necessários. Na verdade, eles são uma peça fundamental de um país/governo que, depois, é capaz de os descartar se isso for necessário ou até preferível tendo em conta o objetivo a atingir.

Quero, ainda, salientar um ponto muito positivo: o desempenho de Sacha Baron Cohen. Não conhecia esta sua faceta séria, só tinha visto as suas personagens cómicas e adoro o Borat. Mas com esta mini-série pude confirmar que ele é um ator de mão cheia. As expressões, os sorrisos nervosos, o medo, mas também a coragem e a astúcia, tudo isto era facilmente passado para o espectador de forma natural e sem esforço. 

Prometo que vão ficar colados aos ecrã a perceber o que vai acontecer a seguir (se é que não conhecem a história verdadeira), com o coração aos saltos, sempre à espera que ele não seja apanhado. São 6 episódios que se vêem muito rapidamente, sobretudo para quem, como eu, aprecia estas histórias de espiões. Mas fiquem com o trailer e decidam por vocês próprios se vale a pena:


Espero que gostem!
Até amanhã***

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