sexta-feira, 9 de agosto de 2019

# 11 - Séries: Euphoria

Bom dia e boa sexta!
Esta é a última vez que vos escrevo antes de ir de férias e não queria ir sem vos deixar uma última recomendação no que às séries diz respeito. Porque ela é tão, mas tão boa, que seria uma pena se não a vissem. Estão preparados? Então, vamos lá!
A série chama-se Euphoria e é transmitida pela HBO. Tem como protagonista Zendaya (uma das estrelas made in Disney) e é uma série de adolescentes. Mas é tudo menos uma série de adolescentes...


A série conta a história de Rue (Zendaya): no primeiro episódio, vemo-la a sair da reabilitação, após ter sido salva pela irmã segundos antes de ter uma overdose. E aí percebemos logo que isto não é a típica série levezinha de adolescentes. No primeiro episódio ficamos logo com um resumo da vida de Rue: com crises de ansiedade desde a infância, deprimida pela morte do pai, com dificuldades em se relacionar com o resto da família e os seus pares, tudo isto leva ao consumo de drogas. E é para o seu dealer que se dirige mal chega a casa. Por isso, percebemos logo que a reabilitação correu bem...

Mas a vida dela está prestes a mudar quando conhece Jules (Hunter Schafer), uma rapariga diferente, a vários níveis, que vai passar a ser a nova droga de Rue. E toda a história dela, a quem dedicam um episódio dos 8 que compõem a temporada, é incrível e deixa-nos presos ao ecrã. Ao longo da temporada sucedem-se as apresentações dos diferentes intervenientes. E, aqui, as meninas bonitas não são burras. As mais gordinhas não sofrem bullying. Os atletas não são perfeitos. Todos passam pelas suas dificuldades na adolescência, especialmente Rue, completamente afundada no mundo das drogas, sem conseguir sair e todo o drama à sua volta.

Os problemas que as personagem de Euphoria enfrentam são os mesmos que existem em todo o lado, especialmente nas escolas americanas. Mas a abordagem da série a estes problemas é que é diferente e a distingue das outras. Isto para não falar da realização incrível, da banda sonora e do desempenho de muitos destes desconhecidos atores.

Aqui os temas da adolescência são tratados de forma mais bruta, sem os filtros das redes sociais, sem humor, sem produções mais levezinhas para não chocar a malta. Aqui o que te dão é a verdade nua e crua. E dura, muito dura. Muitas foram as críticas iniciais à gratuitidade da exposição às drogas e ao sexo. No início, efetivamente, as coisas parece que vão só descambar e que só nos estão a tentar chocar sem qualquer fundamento mais "nobre". Mas a verdade é que à medida que a série se desenrola, percebe-se que o que se pretendeu foi só mostrar as coisas como elas são. E isso nem sempre é bonito.

Outra coisa que a série nos demonstra muito bem é que as pessoas não são 100% boas ou 100% más. Há sempre uma parte de nós que podia ser melhor. E há sempre uma parte boa e humana, mesmo nas piores pessoas. E é difícil perceber em que "grupo" colocar as personagens: se no dos bonzinhos, se no dos mauzões...

A Kat (Barbie Ferreira), miúda obesa e insegura, torna-se uma predadora sexual: super confiante por fora, mas com um grande vazio interior. O Fez (Angus Claude) é o dealer da Rue que vende drogas com o seu irmão mais novo: mas não quer nada demasiado pesado que mate os miúdos e só trafica para conseguir manter viva a sua avó. O Nate (Jacob Elordi) é o atleta perfeito que ama a rapariga errada e tem graves problemas e segredos. A Cassie (Sydney Sweeney) é a miúda bonita, com uma mãe bêbada e um pai que a abandonou, que tem todo os rapazes que quiser, mas só quer que gostem dela a sério. A Jules é a rapariga diferente que não se importa de o ser, que é livre e faz o que quer, mas que guarda um segredo que a pode destruir. A Rue é a toxicodependente que tenta desesperadamente sair da droga, pela sua família e por Jules, mas acaba sempre por fazer o que é pior para si e para todos, só porque não se acha forte o suficiente.

As personagens são complexas, os temas são reais. E apesar de não serem assuntos novos, porque toda a gente passa mais ou menos pelos mesmos problemas nesta altura de vida, a verdade é que a abordagem aos mesmos é muito diferente. A série está incrivelmente bem realizada, produzida e escrita. O motivo deste sucesso talvez seja porque o seu criador, Sam Levinson, foi toxicodependente até aos 19 anos. E muito do que podemos ver na série foi vivido por ele, na primeira pessoa ou enquanto espetador na vida real. E isso transmite à série uma profundidade diferente, refrescante, sincera e dura. Mas tão boooooa!

Recomendo vivamente, sem qualquer dúvida. E agora já têm todos os episódio disponíveis para ver de uma assentada! Vão ficar totalmente agarrados ao ecrã e confusos e maravilhados e com nós na garganta e com vontade de bater em pessoas. Porque é isso que a série faz: desperta sentimentos em nós, que vão de uma ponta à outra, do amor ao ódio, da pena à raiva. E isso só pode ser sinal de uma boa história!


Espero mesmo que lhe deem uma oportunidade e que gostem dela tanto como eu gostei! 

E agora, malta, vou de fériaaaaas! Vão acompanhando pelo Instagram (aqui), como habitualmente, para ficarem a par de tudo! 
Xau!***

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